A atual Avenida F, localizada no bairro Beira Rio II, agora passará a chamar Avenida Sônia Côrtez, em homenagem a uma mulher de luta que dedicou sua vida para fazer desse um mundo melhor. A mudança que foi objeto de um projeto de Lei do vereador, Israel Pereira Barros, o Miquinha, foi votada e aprovada por maioria absoluta nesta última terça-feira, 25, na Câmara de Parauapebas.
“Propomos uma justa homenagem a professora Sônia Côrtes, por meio da aprovação do seu nome para a denominação de uma Avenida em nossa cidade, justamente a que fica em frente a Biblioteca Legislativa que também leva seu nome”, disse, Miquinha.

História de luta

Sônia Maria de Lima Côrtes, Nascida no Rio de Janeiro, então Capital do Brasil, no antigo Estado da Guanabara, filha da carioca Eunice de Melo Côrtes enfermeira do exército, especializada em queimadura e do baiano Heráclito de Lima Côrtes, integrante do primeiro batalhão de motociclistas do exército.
Posteriormente a própria Sônia Côrtes veio a trabalhar como auxiliar de enfermagem, neste período conhece seu marido Luiz Francisco Vicensotti que era da equipe de comunicação da Aeronáutica no Aeroporto de Cumbica, deste matrimônio nascem dois filhos: Luiz Vicensotti e Luiz Guilherme Côrtes Vicensotti.
Mesmo com muito esforço se forma em Educação Física que garante a paixão de sua vida; a dança. Chegando a ser do grupo de dança olímpica profissional
do Clube do Vasco da Gama do RJ e ser a primeira a difundir a dança olímpica com fita e argolas no estado do Goiás.
Por volta de 1978 se divorcia e segue uma carreira de educadora vindo a se mudar para Imperatriz – MA e logo para o Pará, chegando a morar em Serra Pelada
onde ajudou a fundar a escola Ângela Bezerra, da qual foi diretora, posteriormente
do Hospital local. Onde chegou a ter diversas desavenças com a Policia Federal e Policia Civil devido a maus tratos a garimpeiros.
Também morou em Tucumã onde também montou uma escola, desta feita particular para crianças, onde o homem com quem ela viveu, de maneira covarde e
traiçoeira atira nela por estar alcoolizado, devido a este episódio ela passa a viver presa a uma cadeira de rodas. Mas, isso não lhe tira a vontade de viver e seguir educando.
Muda-se para Belém por considerar que lá teria maiores cuidados de
saúde, onde se engaja nos movimentos de políticas inclusivas para deficientes, logo muda-se para Parauapebas para perto de mim, seu filho, cabe lembrar que quase sempre morou só pois gostava de sua independência, sendo inclusive muito enfática sobre isso.
Em Parauapebas trabalha na Secretaria de Educação e logo na Câmara de
Vereadores de Parauapebas por solicitação do então Presidente Ademir Paulo Dan (Juca) que a coloca responsável por organizar a, recém criada, Biblioteca da Câmara. Mesmo na cadeira de rodas ela consegue dar cabo de sua missão e ainda a amplia começando uma série de capacitações para os servidores da câmara, onde ela mesmo ministrava aulas, garantindo assim, a melhoria do nível dos trabalhos legislativos.
Os treinamentos se dedicavam desde a alfabetização, ortografia
profissional, matemática simples e específica para os diversos níveis, atendimento ao público e etiqueta. Esta iniciativa teve seu reconhecimento pela nomeação da Biblioteca com seu nome.
No entanto, ao final daquele mandato ela se afasta da CMP e se muda para Curionópolis e acaba por voltar a Serra Pelada, onde defende os direitos dos
Garimpeiros. Porém acaba por agravar sua condição de saúde, vindo a falecer, não obstante ao tratamento dispensado pelo Hospital de Base de Brasília – DF em fevereiro de 2000.
Fechando assim, o círculo de uma mulher guerreira que nunca teve medo em sua vida, lutou sempre que achou oportunidade e defendeu seus ideais.

Texto: Rosiere Morais